Luta pela Punição dos torturadores
Ocorreu no Rio de Janeiro, na sede da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na última segunda-feira 13/08, uma audiência pública promovida pela Comissão Nacional da Verdade. Se o objetivo era fazer um debate frio, institucional, com discussões de cunho acadêmico, ele absolutamente não se realizou. Ao contrario: a audiência se transformou em comício pela punição dos torturadores/assassinos do regime militar fascista.
Particularmente as combativas intervenções, pela manhã, do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio e do ex-preso político e militante revolucionário José Maria de Oliveira –vice-presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos –quebraram o gelo inicial e deram o tom das discussões. Cobraram da Comissão da Verdade que todas as suas audiências sejam públicas e, ainda, repudiaram o fato de que esta tenha tomado de maneira sigilosa depoimentos de notórios torturadores. Foi denunciada também a atitude do governo federal quanto à manutenção do caráter sigiloso dos arquivos do período e as reiteradas condenações do Brasil em cortes internacionais (notadamente na Corte Interamericana, no caso da Guerrilha do Araguaia) por não respeitar o direito internacional em nome da famigerada “Lei de Anistia” (que constitui caso clássico de auto-anistia). Em sua intervenção, José Maria de Oliveira causou comoção no plenário ao relatar as torturas sofridas e concluiu dizendo que, da mesma forma como ficava imaginando, quando preso, como os torturadores podiam se olhar no espelho, assim também pensava como o fariam os membros da Comissão da Verdade, caso não fizessem nada sério pela apuração dos crimes cometidos no período
Para conhecer mais sobre a militância e a história de vida de José Maria de Oliveira, que por sinal é emocionante e exemplar, veja a entrevista com o Jornal A Nova Democracia :
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